2 de agosto de 1989

Para o Brasil, 2 de agosto de 1989 foi um dia triste, data do falecimento de Luiz Gonzaga do Nascimento, conhecido como o Rei do Baião. A imprensa toda noticiou. A Folha de São Paulo publicava no caderno B-1 a matéria: “Portaria da Sunab revoga tabela e libera preços nos supermercados”. Parece que é notícia de hoje, só muda o órgão regulador. O estado de São Paulo, na página 4, destacava: “Collor quer trocar vice por Brizolista”.

O fato, porém, mais importante na minha vida naquela data aconteceu em Cabo Frio, precisamente no bairro Braga, na rua Omar Fontoura, 117: minha posse como pastor da Igreja Batista Central de Cabo Frio, alguns anos depois assumindo o nome de Igreja Batista do Braga.

Lembro-me do culto como se fosse hoje. Estava emocionado. Os irmãos e pastores presentes se mostravam alegres. Muita expectativa e acentuada desconfiança, um jovem em seu primeiro ministério, assumindo a liderança de uma Igreja com a presença de vários líderes experientes. O que era para ser problema para alguns, tornou-se solução para o novel pastor, pois foi acompanhado, amado e compreendido por eles.

É possível que haja algum mérito humano, mas, sem qualquer falsa modéstia, tudo que aconteceu nesses 27 anos foi tão somente bondade do Senhor. É impressionante como Deus nos abençoou.

É muito comum em datas assim o espírito de destacar realizações tomar o foco. Um pensamento que escrevi há 30 anos me ajuda: “Aquele que se preocupa em mostrar o que realizou, muitas vezes, se esquece de mostrar o que deixou de fazer!”. É desse jeito. Primeiro, porque quem faz é Deus, somos instrumentos. Segundo, porque, certamente, de minha parte, muita coisa deixou de ser feita.

Assim, a única atitude deve ser: gratidão. Agradeço a Deus a bênção dessa caminhada. À família, sobretudo Ilcimar Barcelos de Almeida Lima, o companheirismo em todos os momentos. À Igreja, o amor que nunca esperava receber de uma Igreja. Aos líderes, a ajuda sem a qual nada aconteceria. Sem palavras, muito obrigado!