A liberdade de crença lhe faria falta?

Nos últimos dias fomos surpreendidos com a notícia de que uma proposta de alteração legislativa na Bolívia pretende criminalizar a atividade de exposição da fé. Em suma, significa o fim da liberdade religiosa, já que prevê pena de prisão de sete a doze anos para quem incentivar pessoas a participarem de culto ou de organização religiosa. Questionado, o presidente daquele país, Sr. Evo Moles, alegou que a liberdade é uma “concessão do Estado” e que, portanto, poderia ser reduzida discricionariamente pelo mesmo.

É uma tentativa de impor o fim da liberdade religiosa. Isso porque, ainda que se diga que quem já é pertencente a algum credo ou religião poderá exercer sua fé, na verdade esse é um raciocínio equivocado. A fé, por si só, é questão interior, de foro íntimo, que nenhum governo ou autoridade humana poderia abalar. Quando se fala em garantir a liberdade religiosa, portanto, não se trata da liberdade de crer, mas sim da possibilidade de expor a sua crença e de praticar os seus cultos e ritos. Exatamente o que se está querendo impedir no país vizinho.

Acontece que liberdade, ao contrário do que pensa o Sr. Evo, não é uma “concessão do Estado”. Ela é, em primeiro lugar, concessão de Deus, que conferiu a todas as pessoas a liberdade de crença e até mesmo de não crer Nele; mas também é uma conquista da sociedade, que não deve estar sujeita ao arbítrio de nenhum governo.

Contudo, no mundo real, muitas vezes as sociedades se apequenam e se deixam governar por tiranos, que lhes cerceiam diversas liberdades, dentre as quais a de crença. E esse fato nos serve de alerta.

Precisamos nos unir em oração pelo povo boliviano e, especialmente, pelos nossos irmãos em Cristo daquela nacionalidade, que estão prestes a serem tratados como criminosos – ou a terem que renunciar a sua fé, já que esta estabelece que como cristãos, devem fazer discípulos. Oremos para que esse absurdo não seja aprovado. Mas também é um alerta de que precisamos despertar. Nós temos liberdade de expor nossa fé.

Temos feito isso? Temos feito uso dessa liberdade? Por quanto tempo ainda a teremos? Se a malfadada inovação legislativa ocorresse em nosso país, seríamos afetados por ela? São questões que devemos responder diante de Deus e com muita sinceridade.

Com ou sem liberdade, jamais devemos deixar de expor a nossa fé! “E digo-vos que todo aquele que me confessar diante dos homens, também o Filho do homem o confessará diante dos anjos de Deus; mas quem me negar diante dos homens, será negado diante dos anjos de Deus.” (Lucas 12.8-9)