É (im)possível a felicidade (!?)
É (im)possível a felicidade (!?)


Pregador: Neemias Lima
Uma declaração: É (im)possível a felicidade. Uma surpresa: É (im) possível a felicidade! Uma indagação: É (im)possível a felicidade?
Para Odair José, cantor brega badalado nas décadas de 70 e 80, “felicidade não existe, o que existe na vida são momentos felizes”. Então, apelava: “Vamos fazer dessa noite, a noite mais linda do mundo, vamos viver nessa noite a vida inteira num segundo”.
Peninha, mais clássico, assume “Eu tenho andado tão sozinho ultimamente, que nem vejo à minha frente nada que me dê prazer. Sinto cada vez mais longe a felicidade, vendo em minha mocidade tanto sonho perecer”. E anseia por uma vida simples como um conceito de felicidade: “Eu queria ter na vida simplesmente um lugar de mato verde pra plantar e pra colher, ter uma casinha branca de varanda, um quintal e uma janela para ver o sol nascer”.
José Saramago não gostava de falar de felicidade. Para ele, “a felicidade é egoísta”.
Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama, acredita que “a felicidade é um estado de espírito, significa paz de espírito”.
Machado de Assis, maior escritor brasileiro, defende que “Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento”.
Henry Thoreau vê a luta em busca da felicidade como algo impossível: “Felicidade é como uma borboleta: quanto mais você tenta apanhá-la, mais ela se afasta de você. Mas se você dirigir sua atenção para outras coisas, ela virá e pousará suavemente no seu ombro”.
E é de William Shakespeare um conceito muito realista: “Eu aprendi que todos querem viver no topo da montanha, mas toda felicidade e crescimento ocorrem quando você está escalando-a”.
Imagine um sonho: ter o carro mais moderno zero, o confortável apartamento ou ganhar uma grana considerável. No momento em que conseguir, surgem as preocupações e a felicidade bate asas. Enquanto empregava energia, inteligência e habilidade para conseguir o feito, a felicidade era aparente. Alcançado, bye-bye felicidade.
É pecado buscar a felicidade? Ed René Kivitz responde: “Buscar a felicidade não é errado. O problema surge quando buscamos prazer e felicidade em outras fontes e não em Deus”. Para C. S. Lewis, “Deus nos criou para a felicidade, mas a felicidade de sermos um, indo a ele numa relação de amor”.
Afinal, é possível a felicidade? Sim e não. Dependerá sempre do conceito de felicidade que se tem. A cultura ocidental predominante sugere que a felicidade é ter. Quanto mais, mais felicidade. Acontece que o que se tem, pode-se perder e o conselho de C. S. Lewis é valioso: “Não deixe sua alegria depender de algo que você pode perder”.
Contrariando a cultura predominante, felicidade é ser. O que se tem, pode-se perder. O que se é, jamais se perderá. É o que ensina a declaração de Fanny Jane Crosby, alcançada pela tormenta da perda da visão: “Vivo feliz, pois sou de Jesus”.
No mais importante sermão da história, Jesus iniciou com o tema felicidade. Ao usar “makários” (feliz), enaltecia uma experiência completa, duradoura e que se relacionava com Deus e com o próximo: feliz é ser humilde de espírito, ser sensível, ser manso, ser faminto e sedento de justiça, ser misericordioso, ser limpo de coração, ser pacificador e ser capaz de sofrer perseguição por amor a Deus.
Ed René Kivitz ensina, poetizando: “O caminho cristão para a felicidade é aquele em que a palavra ‘prazer’ cabe na mesma frase que a palavra “Deus’.”
Busca de felicidade sem Deus é infelicidade.